Atresia de esôfago: conheça esta doença rara…

A atresia de esôfago é um espectro de malformações complexas na região gastrointestinal. Trata-se de um defeito congênito em que o esôfago tem uma extremidade fechada, ou mais raramente um estreitamento, impedindo sua comunicação com o restante do trato digestivo.

Tão amplo quanto o espectro de apresentações dessa doença rara, que afeta um em cada 3,5 mil bebês nascidos, é a variabilidade de prognósticos que a criança pode ter em cada área de seu desenvolvimento. Atuar em diferentes frentes é o melhor método para que o pequeno paciente atinja seu potencial máximo.

Conversamos com a cirurgiã pediátrica e responsável pelo Núcleo de Doenças Cirúrgicas do Esôfago do Hospital Sabará, Dra. Giselle Machado, sobre esse assunto.

Como é feito o diagnóstico da atresia de esôfago?

A atresia é uma doença que pode ser encontrada durante a ultrassonografia pré-natal antes mesmo do nascimento.

Com a suspeita, estes bebês e gestantes devem ser encaminhados, o quanto antes, para centros que cuidem desta condição, desde o período antes de nascer, com a medicina fetal, até o período pós-nascimento, com planejamento do parto e todo tratamento individualizado, especializado e de complexidade multidisciplinar que o bebê tem demanda.

O quadro é confirmado após o nascimento, nos bebês com suspeita prévia ou naqueles que apresentarem sintomas clássicos. Selamos este diagnóstico através de um exame, que é a tentativa, nestes casos sem sucesso, de progredir uma sonda da boca do bebê ao estômago.

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Ainda que sem diagnóstico antes do nascimento, o que acontece em muitos casos, centros especializados no tratamento destes casos garantem um cuidado de excelência e melhor evolução destes bebês.

Quais são os sintomas que esta condição apresenta?

O bebê que nasce essa malformação engasga-se com frequência e baba bastante pela incapacidade de deglutir a saliva. Também pode apresentar complicações e sintomas respiratórios como o cansaço para respirar.

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Está associada a alguma outra doença?

A atresia de esôfago pode acometer os bebês de maneira individual ou com outras doenças associadas, como por exemplo: cardíacas, traqueais, urológicas, osteoarticulares e anomalia anorretal.

Muitos bebês que têm atresia também apresentam fístula traqueoesofágica, que é uma conexão anormal entre o esôfago e a traqueia:

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Clique na imagem para ampliar (Hospital Sabará/Reprodução)

 

Essa condição é um problema bastante perigoso porque pode levar a complicações nos pulmões – inflamações e infecções – e falência respiratória.

Como é o tratamento?

O ideal é que logo após o nascimento, esses bebês já realizem uma intervenção cirúrgica, para que possam se alimentar de maneira mais acessível. Em alguns casos, a reconstrução do esôfago não é possível na fase de recém-nascido e deve ser realizada mais tardiamente.

Qual é a importância de um atendimento multidisciplinar?

Muitos bebês com essa malformação passam por complicações mesmo depois da realização de suas cirurgias ao longo de suas vidas. Entre as dificuldades estão o refluxo ácido, esôfago mole, déficit de crescimento, tosse, vias aéreas contraídas, aspiração silenciosa.

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Por esse motivo, o acompanhamento multidisciplinar é mais que necessário para proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente, desde o nascimento até a adolescência.

No Sabará Hospital Infantil, a assistência destas crianças pode ser feita de forma individualizada, especializada e multidisciplinar desde a gestante e bebê com suspeita da doença, até ao planejamento do nascimento e cuidados na instituição no período pós-natal.

Bebês nascidos em outras unidades sem diagnóstico prévio cujas famílias desejem esta assistência podem procurar o Núcleo de Doenças Cirúrgicas do Esôfago. O Centro reúne equipe especializada em oferecer todo cuidado a este paciente complexo pediátrico desde o período intraútero até a adolescência.

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