Cientistas descobrem como canabinoides natur…

O corpo humano fabrica naturalmente substâncias parecidas com derivados da cannabis — são os endocanabinoides.

E, diferentemente de neurotransmissores como dopamina e serotonina, que dão as caras e atuam diretamente entre os neurônios, os endocanabinoides pegam carona em outras estruturas para chegar até seu destino.

Vesículas de gordura são os meios de transporte dessas moléculas que ajudam a regular a percepção da dor, o humor e o apetite. A descoberta é de cientistas da Universidade de Leiden, na Holanda.

“Entender como esse sistema funciona pode nos ajudar a desenvolver tratamentos para doenças neurológicas e compreender como a cannabis exógena [da planta] nos afeta”, diz Mario van der Stelt, químico e líder do trabalho, que foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

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Para entender

O organismo libera canabinoides naturalmente

No interior

Não é só na maconha ou no cânhamo que os canabinoides são encontrados. Moléculas dessa classe também são fabricadas pelo nosso corpo.

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Linha de produção

Os endocanabinoides são liberados após sinapses, que são conexões feitas entre neurônios, e coletados por receptores chamados CB1 e CB2.

Meio de transporte

No nosso cérebro, as moléculas circulam por uma rede de vesículas lipídicas. Elas são transportadas para serem usadas em diversos contextos.

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Vesículas de gordura são meio de transporte dos canabinoides produzidos naturalmente pelo corpo (Rodrigo Damati/Veja Saúde)

Esquizofrenia e maconha: há relação?

Um estudo publicado pela Associação Médica Americana revela um aumento dos casos de esquizofrenia associada a dependência de cannabis após a legalização da substância no Canadá.]

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Ao avaliarem dados de 2006 a 2022, os pesquisadores da Universidade de Ottawa observaram que os casos passaram de 3,7% entre os usuários antes da legalização para 10,3% após a liberação. Lá, o uso da cannabis medicinal foi aprovado em 2015 e o recreativo, em 2018.

“O consumo regular está fortemente ligado ao maior risco da doença”, afirma o médico Daniel Myran, coautor da pesquisa, divulgada no The Journal of the American Medical Association (Jama).

O transtorno, no entanto, é multifatorial: depende de condições genéticas e ambientais.

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