Estudo revela benefícios dos fitoterápicos p…

No contexto da obesidade, é comum observar um foco na perda de peso, especialmente com a chegada e popularização das canetas emagrecedoras. Contudo, o conceito de saúde referente a essa população também envolve outros indicadores importantes.

Um novo estudo brasileiro revela como as plantas medicinais podem contribuir para melhorias na saúde metabólica e na qualidade de vida de pessoas com sobrepeso ou obesidade.

A pesquisa conduzida pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), publicada na revista Scientific Reports, destaca o potencial dos fitoterápicos na remodelação da microbiota intestinal e na redução de marcadores inflamatórios, fatores críticos para o manejo da condição e de suas complicações.

Os cientistas partiram da avaliação dos efeitos de duas formulações nutracêuticas, termo utilizado para designar extratos de alimentos altamente nutritivos que atuam de maneira ativa e auxiliam o organismo em processos metabólicos.

As formulações continham prebióticos (frutooligossacarídeos, galactooligossacarídeos, β-glucanas de levedura), minerais (magnésio, selênio e zinco) e silimarina, um metabólito da planta medicinal Silybum marianum L. Gaertn (Asteraceae).

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Para chegar aos resultados, foram recrutadas mais de 40 pessoas para os experimentos com suplementação, com duração de 180 dias. Ao final, foram analisadas amostras de sangue e fezes.

Os especialistas avaliaram a microbiota intestinal, níveis de citocinas, medidas corporais, fatores relativos à qualidade de vida, humor e sono, além de indicadores metabólicos e hormonais.

“Os resultados indicaram que as formulações promoveram alteração positiva na composição da microbiota intestinal, favorecendo o crescimento de bactérias benéficas, especialmente a versão enriquecida com silimarina”, explica a farmacêutica-bioquímica Ana Flávia Marçal Pessoa, pesquisadora da USP e responsável pelo Laboratório de Plantas Medicinais, Nanocarreadores e Nutrição (La Pla.n.nta).

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Os achados foram promissores, começando pela redução no índice de massa corporal (IMC) e na circunferência abdominal. As melhorias também se estenderam à qualidade de vida, com destaque para padrões de sono mais regulares.

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Outro parâmetro observado foi uma redução significativa na inflamação, mostrando um efeito positivo das suplementações, com destaque para a modulação de bactérias importantes para a manutenção da saúde intestinal, como a Eubacterium biforme e a Alistipes onderdonkii, que também podem diminuir o quadro inflamatório associado à obesidade.

Houve ainda queda de um marcador associado à lesão do fígado, característico da doença hepática gordurosa não alcóolica, que pode afetar essa população. Na parte hormonal, foi registrada uma diminuição dos níveis de cortisol, associado ao estresse.

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A pesquisadora da USP defende a avaliação da suplementação de forma individualizada, seja para uma pessoa com diabetes, obesidade, hipotireoidismo, distúrbios do sono ou ansiedade.

“Embora os resultados sejam promissores, é importante ressaltar que a suplementação deve ser acompanhada por uma mudança no estilo de vida. Quando realizada sem orientação ou de forma inadequada, ela pode prejudicar o organismo, causando até mesmo o desequilíbrio da microbiota”, enfatiza.

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