Gripe: médico esclarece 4 mitos comuns e ens…

A gripe é uma doença viral comum, mas potencialmente grave. Todos os anos, ela afeta milhões de pessoas no mundo e pode causar desde sintomas leves até hospitalizações e mortes — especialmente entre idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas.

No Brasil, os números reais são difíceis de estimar por causa da subnotificação, mas os casos graves se multiplicam a cada outono e inverno. A seguir, conheça um pouco mais sobre a doença e sua prevenção.

Mitos comuns sobre a gripe

  • “Peguei friagem e fiquei gripado”
    Falso. O frio facilita a transmissão do vírus porque aumenta a permanência em locais fechados, mas a causa é o vírus influenza.
  • “A vacina da gripe causa gripe”
    Falso. A vacina é feita com vírus inativado, incapaz de causar infecção.
  • “Vitamina C previne gripe”
    Parcialmente falso. A vitamina C contribui para a imunidade, mas não impede a infecção.
  • “Sorvete piora a gripe”
    Mito. Alimentos frios não pioram o quadro viral e, em alguns casos, ajudam a aliviar a dor de garganta.

Conhecendo o vírus

O vírus Influenza apresenta três tipos principais:

  • Influenza A – o mais comum, pode causar epidemias e pandemias.
  • Influenza B – mais leve, mas também causa surtos sazonais.
  • Influenza C – raro e geralmente leve.

A gripe aviária e a gripe suína são variações do influenza A com origem animal e potencial pandêmico, como o H1N1 em 2009. Por isso, a vigilância e a vacinação são tão importantes.

Sintomas e sinais de alerta

A gripe começa de forma súbita, com sintomas como febre alta, dores no corpo, cansaço intenso, dor de garganta, tosse seca e mal-estar geral. Em crianças, podem ocorrer vômitos e diarreia.

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Procure ajuda médica se houver:

  • Dificuldade para respirar
  • Febre persistente
  • Confusão ou sonolência excessiva
  • Queda na saturação de oxigênio

Diferença entre gripe, resfriado e covid-19

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(Reprodução/Reprodução)

+Leia também: Gripe, resfriado, bronquiolite e Covid: os vírus estão no ar

Prevenção: mais do que vacina

Veja as principais formas de reduzir o risco de adoecer:

  • Vacinação anual: a principal forma de prevenção, recomendada para todos a partir dos 6 meses de idade. Grupos prioritários incluem idosos, gestantes, crianças pequenas e pessoas com doenças crônicas.
  • Higiene das mãos e etiqueta respiratória: essenciais para evitar a transmissão.
  • Ambientes ventilados: evite aglomerações, especialmente em locais fechados.
  • Estilo de vida saudável: fortalece a imunidade e ajuda na recuperação.
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A importância da vacina

Atualizada anualmente, a vacina protege contra os principais subtipos do vírus em circulação. Estudos mostram que ela pode reduzir em até 60% o risco de hospitalização em idosos, em até 70% os sintomas graves em adultos e evitar milhares de internações em crianças.

Os efeitos colaterais são leves e temporários, como dor local ou febre baixa. A vacina não causa gripe.

Tratamento e cuidados em casa

A maioria dos casos pode ser tratada com repouso, boa hidratação e medicamentos sintomáticos (analgésicos e antitérmicos).

Antivirais como oseltamivir (Tamiflu®) são indicados em casos graves ou para grupos de risco, preferencialmente nas primeiras 48 horas dos sintomas.

Antibióticos só são usados em casos de infecção bacteriana secundária (pneumonia, sinusite etc.).

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Isolamento: proteção para todos

A gripe é contagiosa já um dia antes dos sintomas, e o pico de transmissão ocorre nos primeiros 3 dias.

A recomendação é manter isolamento por 5 a 7 dias. Se precisar sair, use máscara e evite contato com pessoas vulneráveis.

Conclusão

A gripe pode parecer comum, mas seus impactos são reais.

Vacinar-se, adotar hábitos de higiene e buscar orientação médica quando necessário são atitudes fundamentais para atravessar o outono-inverno com saúde e segurança.

*Frederico Polito Lomar é médico clínico geral e intensivista do Hospital Israelita Albert Einstein e membro do American College of Physicians.

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(Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)

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