“Milagre do destino”: entenda o câncer de Ma…
Em 2021, a jornalista cearense Marina Alves foi surpreendida com o diagnóstico de um linfoma grave. Como parte do tratamento, ela deveria passar por um transplante de medula óssea e, ao procurar por um doador, descobriu, aos 32 anos, que não era filha única: tinha uma irmã perdida que poderia salvar sua vida.
A história real virou filme. A película “Milagre do Destino” foi produzida pela TV Verdes Mares, emissora onde Marina trabalha, e exibida na última segunda-feira (24), no Tela Quente, da TV Globo.
A produção conta com Dani Gondim, no papel de Marina, e Rhaisa Batista, interpretando Lumara, a irmã desconhecida.
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Lumara é técnica de enfermagem do hospital onde Marina estava fazendo tratamento oncológico. Antes mesmo das duas se cruzarem no local, ela já ouvira falar que era muito parecida com a repórter que aparecia na TV. Até seguia a jornalista nas redes socais, e ambas já tinham trocado mensagens.
Um dia, Lumara foi chamada para ajudar a cuidar de Marina e, nesse momento, tiveram a oportunidade de conversar pela primeira vez. As visitas ao quarto de Marina começaram a render bons papos e elas notaram que tinham coisas em comum desde a infância.
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Ao se voluntariar como doadora de medula óssea, Lumara descobriu que tinha 50% de compatibilidade com a repórter, o que revelou que eram filhas do mesmo homem.
Marina recebeu o transplante graças à irmã e o tratamento foi um sucesso. Elas nunca mais se separaram e hoje o filme compartilha a história de ambas com milhares de pessoas, conscientizando também sobre a importância da doação de medula óssea.
O que é um linfoma
O linfoma é um câncer que tem origem no sistema linfático, uma rede de canais que se integra ao sistema imunológico e vascular para “limpar” o sangue e combater infecções.
Os linfomas podem ser percebidos pela presença de caroços que aparecem principalmente no pescoço, na virilha e nas axilas. Outros sintomas também podem estar presentes, como febre sem motivo no fim do dia, suor noturno, falta de apetite e perda de peso.
O diagnóstico é feito por avaliação clínica e exames de imagem, como ressonância magnética, tomografia computadorizada e tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT). Diante da suspeita, é necessário retirar parte do gânglio afetado para realizar biópsia, procedimento que confirma definitivamente ou descartar a doença.
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Há dezenas de tipos diferentes de linfoma e eles podem ser divididos em dois grandes grupos: os linfomas de Hodgkin e os não Hodgkin. Eles são diferenciados pelo tipo de alteração celular que apresentam e suas formas de disseminação pelo corpo.
Marina teve um linfoma não Hodgkin do tipo linfoblástico de células T. “Em alguns casos ele é considerado um linfoma, em outros, leucemia. Tudo vai depender do quanto a medula óssea está envolvida. Se atingir o mediastino (região do tórax), ele pode ainda causar problemas respiratórios”, informa a Associação Brasileira de Linfoma de Leucemia (Abrale).
Os linfomas geralmente são tratados com quimioterapia ou com o transplante de medula óssea, mas outros procedimentos (como radioterapia, imunoterapia e terapia-alvo) também podem ser necessários.
O transplante de células-tronco pode ser cogitado para o tratamento de linfomas agressivos ou que tenham voltado após um primeiro tratamento (o que os médicos chamam de recidiva). O propósito é renovar as células da medula óssea para evitar o retorno da doença e melhor recuperação do paciente.
Doação de medula óssea
Se você quer se tornar um doador, dirija-se ao hemocentro mais próximo e faça um cadastro no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).
No momento da inscrição, será coletada uma amostra de 10 ml de sangue para identificar a tipagem HLA. É um exame como o do tipo sanguíneo, mas que avalia os antígenos leucocitários humanos (HLA), cuja compatibilidade é necessária ao transplante.
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Para ser um doador de medula óssea, é preciso:
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