Tudo sobre enxaqueca: saiba as causas e como…
Embora nem todo mundo saiba, a enxaqueca ou migrânea não é uma simples dor de cabeça. Trata-se de uma doença neurovascular com bases genéticas, diferente de um problema pontual.
A enxaqueca se manifesta na forma de uma cefaleia intensa que pulsa ou pressiona a cabeça, e que frequentemente é acompanhada de desconforto diante de luzes, sons e movimentos, provocando náuseas e vômitos.
Conheça os tipos de enxaqueca
Existem vários subtipos de enxaquecas, dos quais três se destacam: a enxaqueca sem aura, a enxaqueca com aura – uma forma ainda mais intensa e prolongada da crise de dor – e a enxaqueca hemiplégica, uma forma rara e que provoca sintomas parecidos com os de um derrame ou ataque epilético.
No caso da enxaqueca com aura, um pouco mais comum, a diferença é a própria “aura”. Esse nome se refere a uma fase prévia à dor propriamente dita, caracterizada por alterações visuais, como flashes, manchas escuras e vista embaçada.
+ Leia também: Enxaqueca com aura: saiba os sintomas e como tratar
As causas e o diagnóstico da enxaqueca
O diagnóstico da enxaqueca ocorre através de uma avaliação clínica pelo médico e, dependendo do quadro, pode requerer exames de imagem.
Enquanto alguns pacientes apresentam enxaquecas esporádicas ao longo da vida, outros relatam episódios em mais de 15 dias por mês, um quadro que pode ser considerado crônico e requer tratamento específico.
Os episódios de cefaleia intensa podem ter duração de até 72 horas, nas quais pode ser difícil realizar atividades diárias por causa da dor.
Nem todos os casos apresentam sintomas premonitórios, mas sinais de irritabilidade, dificuldades de memorização e raciocínio lento podem indicar a aproximação de um quadro de enxaqueca.
Os fatores que desencadeiam uma crise podem ser diferentes para cada pessoa. Porém, identificar esses gatilhos ajuda a prevenir e controlar o problema.
Dentre as causas mais comuns estão:
- Estresse;
- quantidade de sono inadequada (para mais ou menos);
- consumo normal ou exagerado de cafeína, bebidas alcoólicas e de alimentos como chocolates, frutas cítricas, queijos amarelos, comidas gordurosas;
- jejum;
- traumas cranianos;
- fatores ambientais como ruídos, odores ou temperaturas altas e alterações climáticas;
- mudanças hormonais como na menopausa, antes do ciclo menstrual ou na gravidez.
Medidas paliativas e até botox estão entre tratamentos para a enxaqueca
A falta de compreensão sobre a enxaqueca atrapalha a população na busca pelo tratamento adequado. Por acreditar tratar-se apenas de uma dor de cabeça mais forte, a maioria dos pacientes faz uso excessivo de analgésicos e opioides.
Além de mascarar o problema, os fármacos podem provocar um efeito rebote, gerando crises mais fortes e frequentes. Nesses casos, os médicos podem receitar outros tipos de medicação para uso diário que favorecem o controle das crises de dor.
A melhor aposta de tratamento são medidas preventivas, como a prática de atividades físicas moderadas com hidratação adequada. Os exercícios auxiliam na produção de endorfina, um hormônio que atua como um “analgésico natural” produzido pelo próprio corpo.
Existem também as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), abordagens terapêuticas e preventivas com o objetivo de complementar e auxiliar os tratamentos convencionais. Promovidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as medidas incluem ioga, biodança, meditação, arteterapia, entre outras.
No caso de pacientes que necessitam de recursos intensivos, os médicos também podem dispor de tratamentos invasivos como a aplicação de toxina botulínica (botox). O tratamento, chamado de protocolo PREEMPT, está regularizado no Brasil desde 2011, quando foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e também está disponível no SUS.
A toxina botulínica tem ação neuromuscular e interfere na transmissão dos sinais de dor ao sistema nervoso central através de aplicações em pontos pré-determinados do corpo.
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