Por que um pelo fica encravado?
A origem do fenômeno por vezes incômodo é um tanto quanto curiosa: tudo começa quando um fio injustiçado não consegue seu lugar ao sol.
A partir daí, uma série de processos desponta no famoso pelo encravado.
Algumas pessoas são mais suscetíveis a sofrer com ele, devido a características genéticas, mas certos hábitos também influem na propensão. Entenda a seguir:
Como nascem os pelos
Com a função de manter a temperatura estável e proteger a superfície corporal, os fios desenvolvem-se a partir dos folículos pilosos, que são entradas na epiderme, a camada mais externa da pele.
Ali são produzidas células que formam queratina, a matéria-prima dos pelos. Eles são divididos em duas partes: a raiz, que mal podemos ver, e a haste, que dá as caras na superfície.
Deu ruim aqui
Os pelos crescem em ritmo diferente, de acordo com a região do corpo em que se encontram. E encravam quando não conseguem sair do folículo piloso ou atravessar a queratina formada sobre a epiderme.
Uma vez que eles continuam a se alongar e precisam encontrar algum destino, acabam se curvando, retornando para a origem ou se estendendo por debaixo da pele.

O que causa o pelo encravado
Algumas atitudes favorecem essa situação, como erros na depilação, raspagem dos fios em sentido oposto ao do crescimento, uso frequente e prolongado de roupas apertadas, além do atrito natural do corpo em regiões de dobras, como as axilas (especialmente entre pessoas com excesso de peso).
O problema também é mais comum entre os pelos mais grossos e encaracolados.
Quando complica
Em algumas situações, o pelo encravado abre brechas para inflamações e infecções na pele. Nessas horas, fungos, bactérias e até vírus se aproveitam para ganhar terreno, causando a foliculite.
Em geral, formam-se lesões semelhantes a espinhas, esbranquiçadas, que podem coçar e doer. Ainda podem aparecer os temidos furúnculos. Ou seja, será preciso uma consulta ao médico.
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Para evitar
Cuidados simples ajudam a prevenir o problema e a melhorar a aparência local
Sabonete neutro: a higienização com água morna contribui para a abertura dos poros e amolece os fios.
Esfoliação: pode ser feita com o uso de sabonete acompanhado de borra de café ou açúcar.
Hidratantes: qualquer tipo de creme é útil, incluindo versões com tretinoína, ácidos glicólico e salicílico.
Raspagem: passe a lâmina no sentido do crescimento dos pelos para evitar atritos desnecessários.
Como é que se trata?
Casos persistentes de pelo encravado podem exigir um cuidado específico, sobretudo se houver uma infecção associada. As foliculites bacterianas normalmente exigem o uso de antibióticos tópicos ou orais.
E as de origem fúngica, por sua vez, requerem remédios para eliminar esses micro-organismos. No caso de furúnculos, pode ser necessário drenar a área em consultório.
Fontes: Violeta Duarte, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)
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