Dopamina: o que é, qual a função e como aume…
A dopamina é uma substância produzida no cérebro, que participa de diversos processos, incluindo memória, motivação, humor, atenção, movimento, entre outras.
Níveis elevados ou baixos estão associados a problemas de saúde, como doença de Parkinson, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e síndrome das pernas inquietas.
O que é dopamina?
A dopamina é um neurotransmissor, que faz a comunicação entre células no sistema nervoso central, transmitindo impulsos elétricos.
No cérebro, os neurônios produzem a substância a partir da conversão do aminoácido tirosina em outro chamado L-dopa que, por sua vez, sofre outra mudança, se transformando em dopamina.
“Na natureza, principalmente na alimentação, as principais fontes da tirosina são as oleaginosas, as carnes, os peixes, o leite, os derivados e as leguminosas”, pontua o neurocirurgião e neurocientista Fernando Gomes, professor livre docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
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Para que serve a dopamina?
A dopamina está envolvida principalmente em nos ajudar a sentir prazer, como parte do sistema de recompensa do cérebro. Um café logo cedo, uma compra muito esperada ou aquele aconchego com alguém querido são coisas que podem desencadear a liberação do neurotransmissor.
Ela ainda é responsável por reforçar a busca pelo bem-estar, estimulando nossa vontade de continuar indo atrás de sensações agradáveis já experimentadas anteriormente.
No Livro Nação Dopamina (Vestígio – clique para comprar), a psiquiatra Anna Lembke professora da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, se debruça sobre a busca contínua dos indivíduos por estímulos prazerosos, que podem ser viciantes.
Existem ainda outros atributos relacionados, como detalha o médico Helio Magarinos Torres Filho, especializado em patologia clínica e diretor do Richet Medicina & Diagnóstico/Rede D’Or.
“A dopamina atua em diversas funções do organismo, como motivação, prazer, memória e controle motor. Dosar os seus níveis pode ser indicado quando há suspeita de distúrbios neurológicos ou psiquiátricos, como depressão, doença de Parkinson, esquizofrenia ou transtorno do déficit de atenção e hiperatividade”, resume Torres.
Pessoas que tomam medicamentos que afetam o sistema dopaminérgico também precisam fazer esta dosagem.
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O que acontece quando há baixo nível de dopamina?
Os níveis de dopamina considerados normais variam conforme o laboratório e o método de medição.
No plasma sanguíneo, por exemplo, costumam estar entre 0,3 e 0,5 ng/mL. No entanto, essa avaliação isolada nem sempre reflete com precisão a atividade cerebral, sendo necessário considerar o contexto clínico para uma interpretação adequada.
Para fazer a estimativa, ainda existem outros exames disponíveis.
“A análise do líquido cefalorraquidiano, obtido por punção lombar, é mais precisa, mas também mais invasiva. Já testes de imagem, como PET Scan e SPECT, avaliam a função dopaminérgica no cérebro e são geralmente indicados para investigação de doenças neurológicas”, afirma Torres.
A escolha do procedimento mais adequado depende da suspeita clínica e deve ser feita com orientação médica.
Níveis baixos da dopamina estão relacionados com a problemas como falta de memória, dificuldade de aprendizagem e alterações na arquitetura e fragmentação do sono.
“Quando há deficiência do neurotransmissor, o indivíduo pode apresentar sintomas como fadiga, falta de motivação, depressão, dificuldade de concentração, incapacidade de sentir prazer e problemas motores, como os observados na doença de Parkinson”, detalha o médico da Rede D’Or.
A correção do problema depende da causa associada ao desequilíbrio e pode envolver a utilização de medicamentos sob orientação médica.
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O que pode acontecer quando há altos níveis de dopamina?
O excesso de dopamina, por outro lado, pode causar alterações no humor, no comportamento e, além disso, tem relação com algumas condições neuropsiquiátricas, como transtorno bipolar, ansiedade e esquizofrenia.
“O indivíduo pode ter aumento da impulsividade, da compulsão, assumir comportamentos arriscados, apresentar agressividade, dificuldade de realizar tarefas e para relaxar, uma sensação de euforia e até mesmo de muita confiança”, diz Gomes.
Nesse caso, o controle pode ser realizado a partir de fármacos baseados em compostos capazes de inibir os efeitos da dopamina.
Para quem tem interesse em conhecer mais sobre este neurotransmissor, o livro A História Íntima da Dopamina (Segmento Farma – clique para comprar*), publicado pelo neurologista Lúcio Huebra e pelo psiquiatra Táki Cordás, detalha as suas várias características e faz um mergulho em suas implicações, associações com doenças, além de apresentar referências históricas, culturais e filosóficas.
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