Colostomia definitiva: saiba quando é indica…
Diagnosticada com câncer colorretal em janeiro de 2023, a cantora Preta Gil, 50, anunciou recentemente nas redes sociais que agora utiliza uma bolsa de colostomia definitiva como parte do tratamento.
Em dezembro de 2023, o câncer de intestino que afeta a artista havia entrado em remissão, mas a doença teve uma recidiva em 2024. Uma cirurgia de amputação do reto foi necessária em dezembro do último ano, o que exige o uso permanente da bolsa de colostomia.
Com o procedimento, as fezes passam a ser eliminadas diretamente em uma bolsa coletora que fica acoplada no abdômen. A cirurgia serve para criar uma abertura que conecta o interior do intestino ao exterior e para desviar o fluxo intestinal.
Preta Gil já havia utilizado uma bolsa de ileostomia temporária. Agora, a cantora, que segue internada no Hospital Sírio Libanês, conta que está se adaptando à nova rotina após o procedimento.
“Estou me acostumando à bolsinha de colostomia. Tive que colocar, dessa vez definitiva e não provisória”, disse em vídeo publicado em seu Instagram.
+ Leia também: Casos de câncer colorretal na rede privada crescem 80% em 8 anos
O que é colostomia?
A abertura feita em algum órgão para permitir a entrada ou saída de conteúdos produzidos pelo organismo chama-se estomia. Quando realizada na traqueia para permitir a passagem de ar, por exemplo, é chamada de traqueostomia. Já quando ocorre no íleo, parte do intestino delgado, o procedimento é uma ileostomia.
No caso de Preta Gil, foi realizada uma colostomia: uma ligação de um segmento do intestino grosso a uma abertura na parede abdominal. Como a cantora precisou remover cirurgicamente a porção final do intestino grosso, a bolsa de colostomia serve como uma interrupção do intestino, que coleta as fezes no exterior do corpo.
Acoplada a essa parte do intestino, fica uma bolsa de plástico, colada ao corpo por meio de uma placa de silicone com adesivo.
+ Leia também: Colostomia e ileostomia: para quem são indicadas e os cuidados necessários
Quando a estomia é indicada?
As estomias de intestino costumam ser indicadas como parte do tratamento de doenças que exigem a retirada de porções do órgão. Por isso, o câncer colorretal e a doença de Crohn são situações em que as bolsas podem ser utilizadas, temporária ou definitivamente.
O período de uso da bolsa de colostomia depende da parte do intestino afetada. O local exato em que a peça fica posicionada também varia de acordo com a cirurgia realizada, a altura, o peso e o sexo do paciente.
Outras razões para uso de estomias intestinais são:
Quando o uso é temporário, uma nova cirurgia deve ser realizada posteriormente para reestabelecer o fluxo intestinal e fechar a abertura.
Cuidados
Apesar de modificar a rotina do paciente e exigir adaptação, o uso de uma bolsa de colostomia ou ileostomia não costuma trazer restrições para o dia a dia. Passado o período de recuperação da cirurgia, a pessoa pode voltar a se alimentar normalmente, a praticar exercícios físicos, a fazer sexo, dentre outras atividades.
Uma dieta adaptada pode ser necessária no início. Algumas das recomendações incluem evitar comidas cítricas ou apimentadas, assim como refeições gordurosas e alimentos que aumentem a produção de gases. Beber muita água também é essencial.
Outra dica é evitar usar roupas que apertem o local. Para retomar a prática de exercícios físicos, é necessário esperar o período de recuperação se completar.
Em geral, é preciso permanecer no hospital alguns dias após a cirurgia. O tempo de recuperação também permite a adaptação à estomia: enfermeiros e profissionais da saúde explicam os cuidados para higienizar a bolsa. Água morna e sabão neutro, por exemplo, são usados para limpar o local em cada troca.
No Brasil, as bolsas de estomia são fornecidas de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A bolsa deve ser esvaziada algumas vezes por dia, antes que fique cheia, para evitar vazamentos. É importante também cuidar da cicatriz ao redor da estomia. Cremes para irritação podem ser receitados. A pele em torno da abertura deve apresentar uma cor vermelha ou rosa, mas não pode ter feridas ou causar dor ao toque.
Compartilhe essa matéria via: